Negócios e Tecnologia em 2025: Menos Hype, Mais ROI e Compromisso com a Sustentabilidade
- aczassessoriaecont
- 11 de dez. de 2024
- 6 min de leitura

Sustentabilidade, ROI e regulamentação são os pilares que irão moldar o futuro da IA em 2025
Nos últimos anos, o mercado de Inteligência Artificial (IA) experimentou um crescimento exponencial, impulsionado pela promessa de inovação disruptiva e aumento de eficiência.
O entusiasmo com as possibilidades dessa tecnologia gerou uma onda de investimentos, com empresas apostando alto em IA para conquistar vantagens competitivas. No entanto, o cenário atual começa a sinalizar que a era do "hype" da IA pode estar chegando ao fim. À medida que 2025 se aproxima, o foco está se deslocando de um impulso irrestrito para um olhar mais cauteloso e estratégico, que prioriza o retorno sobre investimento (ROI) e a sustentabilidade das iniciativas.
O ano de 2025 promete ser um ponto de inflexão para as empresas que, até agora, se lançaram em projetos de IA sem uma análise detalhada de viabilidade e impacto a longo prazo. Embora o avanço da IA tenha trazido muitos benefícios, também trouxe desafios significativos, especialmente em relação à sustentabilidade e regulamentação. O que parecia ser um futuro promissor de crescimento ilimitado agora exige um realinhamento de prioridades, com empresas se preparando para fazer escolhas mais criteriosas em relação às suas iniciativas tecnológicas.
Seleção Seletiva em Projetos de IA
Uma das tendências mais notáveis para 2025 será a seletividade no desenvolvimento e implementação de projetos de IA. Após o boom dos últimos dois anos, impulsionado pelo lançamento de plataformas como o ChatGPT, as empresas estão começando a perceber que nem todas as apostas em IA se traduzem em resultados tangíveis. Com o entusiasmo inicial dando lugar à "fadiga da IA", muitas organizações começarão a cortar investimentos em projetos que não estão entregando o ROI esperado.
O foco, portanto, será em soluções mais personalizadas e voltadas para as necessidades específicas de cada negócio. Projetos que não se mostraram eficazes ou que não trouxeram os benefícios prometidos serão descontinuados, à medida que as empresas buscam estratégias mais bem fundamentadas e de longo prazo. A promessa de inovação não será suficiente; será preciso apresentar resultados concretos que justifiquem o investimento.
A Ascensão do RAG: Personalização como Prioridade
Em um cenário de maior cautela, as soluções de IA não personalizadas estarão cada vez mais em desuso. O conceito de RAG (Retrieval-Augmented Generation) se tornará uma abordagem central para as empresas que buscam maximizar o impacto da IA. Essa metodologia se destaca por permitir que a IA se baseie em informações externas e personalizadas para gerar respostas mais precisas e relevantes, evitando "alucinações" – quando os modelos de IA produzem respostas imprecisas ou sem sentido.
Ao adotar o RAG, as empresas podem alcançar um equilíbrio entre inovação e controle, tornando os projetos de IA mais eficientes e alinhados com as expectativas de ROI. A personalização, nesse contexto, será fundamental não apenas para melhorar a qualidade das soluções, mas também para reduzir os custos operacionais e otimizar os processos internos.
Sustentabilidade: A Nova Fronteira para a IA
À medida que a demanda por IA cresce, também aumenta o consumo de recursos computacionais, o que coloca em xeque as metas ambientais das empresas. Por um lado, a IA tem o potencial de acelerar a transformação digital e promover a eficiência. Por outro, ela exige grandes quantidades de energia e processamento, gerando uma pegada de carbono que muitas empresas não podem mais ignorar.
Em 2025, a sustentabilidade será um tema central nas discussões sobre a implementação de IA. As organizações precisarão balancear o crescimento tecnológico com a responsabilidade ambiental. As práticas sustentáveis, que estavam em segundo plano nos últimos anos, voltam a ser uma prioridade para as lideranças empresariais, que buscam integrar soluções tecnológicas sem comprometer as metas ambientais.
A Energia dos Data Centers: O Desafio da Sustentabilidade
O crescimento exponencial da IA está intimamente ligado à demanda por data centers, que são essenciais para o armazenamento e processamento de grandes volumes de dados.
Em 2025, muitas empresas se verão diante de um dilema: como garantir que a expansão das infraestruturas de TI seja compatível com as metas de sustentabilidade?
Algumas das maiores corporações já estão adotando fontes de energia alternativas, como a energia nuclear, para alimentar seus data centers e atender à crescente demanda por processamento de dados. Em 2025, esse debate sobre a transição energética ganhará ainda mais relevância, com mais empresas adotando soluções sustentáveis e explorando formas de reduzir o impacto ambiental de suas operações.
Contabilidade de Impacto: Um Novo Paradigma de Sustentabilidade
A contabilidade de impacto será um conceito amplamente adotado pelas empresas em 2025. Essa abordagem tem como foco a análise e mensuração dos efeitos ambientais e sociais das atividades empresariais, permitindo que as organizações possam comunicar de maneira mais clara os benefícios das iniciativas sustentáveis para seus stakeholders. Em um contexto onde a responsabilidade social e ambiental é cada vez mais cobrada, a contabilidade de impacto se tornará uma ferramenta essencial para garantir que as ações sustentáveis sejam vistas como estratégicas e não como custos adicionais.
Os executivos de nível C e os conselhos empresariais começarão a considerar mais profundamente como a sustentabilidade pode ser integrada aos objetivos financeiros das empresas. Essa mudança de paradigma ajudará a alinhar as práticas de negócios com os objetivos globais de sustentabilidade e, ao mesmo tempo, fortalecerá a reputação das empresas no mercado.
Data Centers Soberanos e a Disputa por Infraestrutura Global
Em muitos países, especialmente aqueles com governos em busca de maior autonomia digital, a construção de data centers soberanos será uma tendência crescente. Essas infraestruturas têm como objetivo garantir que dados e operações sejam gerenciados dentro das fronteiras nacionais, proporcionando mais segurança e controle.
No entanto, a construção de data centers soberanos traz à tona um desafio importante: como equilibrar a expansão necessária para atender à demanda por dados com as metas de sustentabilidade e a escassez de recursos energéticos. Esse será um dos maiores dilemas para os países que buscam manter sua competitividade no cenário global, ao mesmo tempo em que tentam garantir que suas metas ambientais sejam cumpridas.
Regulamentação: A Pressão Crescente sobre os Provedores de Nuvem
Em 2025, a regulamentação sobre o uso de tecnologias de nuvem e IA se tornará mais rigorosa, especialmente com a entrada em vigor da Lei de Resiliência Operacional Digital (DORA) na União Europeia. Os provedores de serviços de nuvem terão que comprovar que suas operações atendem aos requisitos de conformidade estabelecidos pelos reguladores, incluindo planos de resiliência e testes operacionais compartilhados com as autoridades competentes.
Essas mudanças regulatórias podem ter um impacto profundo na forma como os provedores de nuvem e os hyperscalers operam. A falta de compliance poderá resultar em ações corretivas que afetarão toda a indústria de serviços financeiros, forçando os provedores a se adaptarem rapidamente às novas exigências.
O Impacto das Regulações no Brasil e a Adaptação das Empresas Locais
Para empresas brasileiras, especialmente aquelas que mantêm negócios com a União Europeia, as mudanças regulatórias terão um impacto direto. A Lei de Resiliência Operacional Digital (DORA) é um exemplo de como a regulamentação global pode afetar os negócios locais. Em um contexto de crescente vigilância sobre a proteção de dados e segurança digital, empresas brasileiras devem estar preparadas para se alinhar com as exigências globais, garantindo que suas operações estejam em conformidade com as melhores práticas de segurança e governança.
O Panorama Econômico em 2025: Expectativas para o Crescimento
Com 2024 sendo um ano marcado por incertezas políticas e econômicas, muitos aguardam que, em 2025, a situação comece a se estabilizar. A crescente pressão sobre as dívidas globais e a necessidade de investimentos em infraestrutura podem resultar em um aumento significativo na demanda por soluções tecnológicas e investimentos públicos e privados.
As empresas, por sua vez, deverão se concentrar em otimizar suas operações e gerar mais valor por meio de tecnologias como a IA. A expectativa é que 2025 seja um ano de recuperação, mas também de adaptação a um novo cenário, mais equilibrado e com foco no retorno sobre os investimentos realizados.
Conclusão: O Futuro da IA no Mercado Global
Em um contexto de sustentabilidade e regulamentação crescente, as empresas terão que adotar uma abordagem mais estratégica e seletiva em relação à adoção de IA. A busca por resultados tangíveis será essencial para justificar os investimentos, e a personalização das soluções de IA será o caminho para alcançar esses objetivos. O desafio será encontrar o equilíbrio entre inovação e responsabilidade, garantindo que a IA se torne uma aliada eficaz e sustentável para as organizações, consolidando seu papel no mercado de forma mais madura e estratégica em 2025.
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